julho 31, 2015

Instagram com vida(s)

Desde que descobri o Instagram e criei a minha conta sou cada vez mais fã desta rede social. Gosto da rapidez com que postamos fotos, fazemos like, das viagens que podemos fazer pelo mundo na simplicidade de um clique e à velocidade de um wi-fi. 
Sigo contas reais, com imagens bonitas, sobretudo de comida e pessoas com vida, mães, mulheres, que mostram o seu dia a dia em modo q.b., e mesmo quando a sua vida está um caos conseguem traduzi-lo em imagens maravilhosas.
Sigo a Shelley e a Bethany há algum tempo, por todas as razões que já enumerei. A primeira vive na Austrália, país que me fascina e tem uma família linda. A segunda é blogger, partilha coisas interessantes, e está a aumentar a família.


Instagram Shelley 





Instagram Bethany Menzel

Confesso que às vezes ligo mais às imagens do que o que vem escrito em baixo. É o problema da rapidez do clique/like. E imagens assim, dizem tudo não é?! Não. Infelizmente, não. 
Ao viajar por estas contas, nos últimos dias, ambas me deixaram de lágrimas nos olhos, a equacionar tudo, e perplexa perante a velocidade maior a que a vida corre e pode mudar de um dia para o outro, de um segundo para o outro. Literalmente. 

Shelley e o marido, num dia como outro qualquer, jantaram, deitaram as crianças e relaxaram no sofá o descanso merecido depois de mais um dia de rotinas familiares e profissionais. Deitaram-se, e minutos depois o marido de Shelley, pai das filhas, morreu de ataque cardíaco fulminante. Assim, sem aviso, sem doença prévia, sem sinais. Partiu.
Bethany, estava grávida do segundo filho. Tudo corria bem, e como qualquer gravidez em condições "normais", a família vivia feliz e tranquila este momento pleno de alegria. Às 32 semanas, Goldie resolveu nascer, demasiado cedo e imatura, e dez dias depois Bethany e o marido tiveram que tomar a decisão mais difícil das suas vidas. Goldie partiu.

Desculpem se vos trago hoje histórias tristes, sabem que não é o mote deste blogue, mas são histórias reais que me tocaram, que me fizeram pensar. Coloquei-me no lugar de cada uma e não posso imaginar a sua dor. Também eu tenho filhos, também eu tenho um marido que adoro. Perdê-los assim, de repente? Perdê-los sequer...
Perguntei-me se teria coragem de partilhar assim a minha história num momento tão delicado, expô-la ao mundo, lidar com o que vem do outro lado. (muita força, imagino). Ponderei que partilha não é só feita de momentos felizes, que a vida é mesmo isto, momentos felizes, conquistas, perdas, lágrimas...

As imagens, todas elas maravilhosas, não revelam a escuridão que deve estar do outro lado, e ainda assim não são falsas, não são maquiadas, são repletas de amor, amores diferentes mas cada um deles precioso, e que não se deviam perder...

Hoje deixo um beijinho muito especial a quem está a passar por uma perda terrível como estas. Não se isolem, arranjem uma forma de conseguir a força que vos falta neste momento, rodeiem-se de gestos e palavras que vos ajudem neste momento difícil. 




Sofia**



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