novembro 02, 2015

Manos (para não me esquecer)


instagram @sofia_ferr


Eles estão cada vez mais cúmplices, mais amigos, mais traquinas. Às vezes, perco-me no tempo só a ouvir as suas conversas, as histórias construídas a dois, a ver as lutas dignas da energia que têm para dar e vender. Delicio-me no mano mais doce que já ouvi, pela voz do meu pequeno. É um mano cheio de orgulho, cheio de garra, cheio de "ele é meu, só meu!". Fazem queixas, claro que sim, mas não podem ver o outro chorar, ser injustiçado, que é ver quem é o mais rápido a defender o seu mano.
Eles abraçam-se, dão muitos beijos e riem muito, alto, sozinhos, só eles no seu momento. Eles andam na mesma escola, mas raramente se cruzam. O R quer ir sempre levar o mano à sala, despedir-se dele por aquelas horas. 
No outro dia a sala do pequeno desceu, foram brincar com os crescidos, e os manos encontraram-se. Contaram-me que não se largaram, o grande a proteger o pequeno das garras mãozinhas-de-quem-só-quere-dar-mimo, e o pequeno a adorar.
Contou-me o Rodrigo, quando chegou a casa, que o mano tinha ido brincar com ele, mas que chorou na hora de voltar para a sala. Contou-me também que lhe deu um abraço e fez festinhas nas bochechas para ele não ficar triste. E depois disse: sabes mãe, eu também tive que fazer muita força para não chorar... não me queria separar do meu mano, mas como sou finalista não chorei!


(...)


E passaram a noite abraçados. 





4 comentários:

Anónimo disse...

Nem que quisesses...
Como é que se esquece um AMOR tão grande?
Lov-U!

Liliana Pereira disse...

Perfeito.

Magda disse...

owwww que coisa boa!

Sofia Ferreira disse...

É não é?!