janeiro 29, 2018

Duarte,






falta pouco mais de um mês para fazer cinco anos. cinco anos, tão crescido. 
a minha relação com o Duarte é fácil. e difícil. e assim assim. tem dias. 
a nossa relação mãe-filho está a desabrochar, começamos a entender-nos verdadeiramente, a saber onde é o lugar de um e do outro. o Duarte é de fazer valer o seu ponto de vista, sabe o que quer, quando quer, e nem sempre é fácil aceitar isso no meio das rotinas, das pressas, das vontades do mano e das nossas também. faz birras, já fez mais. o Duarte veio ensinar-me a negociar, a conversar, a respirar no meio das crises de crescimento. 
mas é fácil. ele chega e diz que não gostou da maneira como lhe falei, que está triste porque não lhe dei atenção ou que está zangado porque lhe levantei a voz. e aí conversamos, olhos nos olhos, à mesma altura. é fácil porque ele chega e abraça, do nada, vem e dá-me um beijo na testa quando estou deitada, e abraça-me mais uma vez, e todas as que achar que deve, que quer abraçar. pede desculpa, diz-me lov-u, mamã! num tom doceee... o Duarte sorri com a cara toda e quando sorri ilumina qualquer sala, ilumina o meu olhar.  
faltam poucas semanas para completar cinco anos e, ontem, pela primeira vez, escolheu o seu corte de cabelo, curtinho curtinho, como que a dizer que as sombras de bebé que ainda habitam nele estão a ir em embora, aos poucos, vão desaparecendo, dando lugar a um rapazinho. custa, custa um bocadinho.
e é nesta ambivalência da maternidade, entre a felicidade de ver os meus filhos crescerem e a nostálgia de os querer para sempre bebés, que escrevo estas linhas e tento não esquecer o sorriso que ele tinha em frente ao espelho enquanto os cabelos desapareciam à velocidade de umas tesouradas.
quase cinco anos. 




lov-u Duarte,

mãe





janeiro 26, 2018

viagens em família - o que funciona para nós







viajar em família está a tornar-se cada vez mais giro. á medida que eles vão ficando mais velhos vão tendo mais curiosidade acerca dos sítios para onde vamos, o que vão ver de novo e onde vão ficar. fazemos jogos de adivinhas, tentamos que descubram o destino (por norma fazemos surpresa) ou cantamos algumas músicas, e desta vez até jogámos ao jogo da forca, sem papel! 
claro que há sempre alguma impaciência com as horas que passam no carro, se ainda falta muito, alguns desentendimentos, o da praxe, mas noto que estão a ficar cada vez mais tolerantes e entusiasmados com as nossas #roadtrips.

desta vez juntámos o útil ao agradável e escapámos até Coimbra! 
avisámos logo os miúdos que a viagem era um pouco longa, quatro horas. o Rodrigo já tem relógio e alguma noção do tempo, o que não o torna necessariamente mais paciente mas ajuda-o a mentalizar-se com a "perda de tempo" que é para ele estar parado no carro! saímos à noite, a seguir ao jantar e, depois de alguns jogos, curiosamente eles até dormiram um pouco. não é costume. foi uma viagem tranquila e quando eles abriram os olhos novamente já estávamos à porta do hotel (aka alojamento local).
levamos sempre água para bebermos no caminho, embora seja um pouco controlado para não corrermos o risco de estarmos sempre a parar para o xixi! agora que já são maiores, e não há tanto risco de se engasgarem ou de sujarem imenso o carro que anda sempre imaculado... (só que não!!), levamos também algumas bolachas ou fruta (maçã, pera, bananas) para saciarem a vontade de comer, nestas viagens um pouco maiores.
antes de sairmos lembramos que escolham alguns brinquedos, poucos e de preferência pequenos, para poderem brincar durante a viagem. ou brincam os dois ou pelo menos o Duarte entretem-se muito sozinho a inventar inúmeras aventuras para os seus bonecos. é certo que por vezes se desentendem, o melhor é sempre o que o outro tem, e por norma a regra é "ou se entendem ou ficam sem nenhum". costuma resultar, mas também já aconteceu ficarem sem nenhum e passados alguns minutos eram os melhores amigos outra vez. 

como estávamos perto de Viseu, onde tenho família, aproveitei para ir fazer umas visitas, e como íamos só os três e era de dia, dei-lhes os tablets para se entreterem, e deu jeito porque assim pude concentrar-me quase exclusivamente na conversa que ia tendo com o GPS. (a sério, ás vezes acho que só atrapalha! não acham?!). pelo meio, tentei que olhassem pela janela para verem a beleza (mas também a tristeza) da paisagem. todos assistimos ao horror que os incêndios provocaram no nosso País, mas ver in loco é ainda mais angustiante. a paisagem era completamente castanha e negra com alguns pontos verdes, muito poucos. acho importante que eles vão tendo noção destas realidades, do que veem e do que ouvem na televisão e que façam a ligação à realidade, mas sem alarmar nem assustar. o menos bonito, o mal, o lado negro também existe, há que saber isso...

esta é a nossa forma de viajar com os pequenos, gostava que partilhassem algumas dicas também, se quiserem.


o fim de semana foi muito muito bom e conto mostrar tudo aqui em breve!!




até já!
Sofia** 











janeiro 15, 2018

Super Nanny!

a pergunta que todos se colocam nesta segunda feira fria e solarenga: quem assistiu ontem à estreia deste novo programa da SIC?

Eu! EU! 
ok, não foi assim com tamanho entusiasmo, foi mais por curiosidade porque depois dos anúncios - que me deixaram muuuiito de pé atrás - achei que não podia dar a minha opinião sem ver!
E o que achei eu, na minha modesta opinião?


bom, antes de mais, tenho perfeita consciência de que há muitos pais completamente à nora com a educação dos filhos, como lidar com as birras, como saber se eles estão a ultrapassar limites que  já deveriam (ou não) ter interiorizado, se uma palmada os vai traumatizar para sempre, se um grito os vai deixar em pânico.... and so on! e quando digo pais, incluo-me neste grupo. também tenho muitas dúvidas, também erro todos os dias na tentativa de fazer o melhor que posso e sei pelos meus filhos. mas reconheço que nunca pensei recorrer a alguém para me "ensinar" a educá-los. apoio a parentalidade positiva, até tenho alguns livros sobre o assunto, mas enquanto mãe (e psicóloga) acho que no meio da teoria e das rotinas diárias, juntando a personalidade de cada um dos nossos filhos (isto é importante!) e mesmo a nossa, deve imperar o bom senso e um pouco da tal história "cada caso é um caso!


pois, para não me desviar muito do assunto, e sobre o programa Super Nanny?
não consigo encontrar um adjectivo adequado que defina o que vi. percebo a necessidade que há, no lado dos espectadores, de terem um guia para lidar com as questões da parentalidade, perceberia até a existência de um programa que tratasse destes assuntos e esclarecesse os interessados, até aqui tudo bem. mas sinceramente não compreendo muito bem este formato espécie Big Brother Famílias, faz-me alguma confusão. Talvez se fosse feito com figurantes - a mãe pareceu-me genuína nas suas emoções, se for figurante nomeiem-na já para um Oscar - talvez se a a identidade da criança fosse protegida, talvez se a postura da psicóloga fosse... outra. sinceramente, enquanto profissional, custa-me a aceitar uma colega naquele papel. a ética profissional impõe confidencialidade e privacidade nas questões terapêuticas, não a exposição!


a situação que mais me incomodou foi a da hora de deitar. 
ora, uma criança que está há anos habituada a adormecer no sofá a ver tv (exposta a estímulos antes de deitar, péssimo!) dificilmente vai aceitar que, literalmente, de um dia para o outro lhe imponham uma outra rotina. e foi o que aconteceu: a menina já quase dormia no colo da mãe quando lhe disseram que tinha que ir para o quarto dormir. claro que começa a chorar (outro comportamento que adotou há muito, para conseguir o que quer, mas também porque está cansada e com sono). contrariada, cansada, a chorar, já a dizer que sim, quer ir para a cama... solução? sentá-la num banco durante 7 minutos!! (a sério?? só piora!) ÓBVIO que o passo seguinte não foi uma hora de dormir tranquila como se pretende!! Óbvio que a criança (esta ou outra que fosse) fez birra, não porque quer humilhar/desautorizar a mãe, mas porque esta é a maneira que conhece para exprimir a sua zanga (emoção). mais do que fazer de policia, já que estamos num programa televisivo, a psicóloga teria feito melhor em levar esta mãe a compreender este comportamento da filha e ajudá-la a lidar com ele. parece-me a mim, a determinada altura, que tudo é culpa desta criança. e não é!

esta situação incomodou-me porque o que para uns foi birra para mim foi desespero. da criança. o que para uns foi choro/chantagem para mim foi um pedido de ajuda, de colo, de mimo. da criança. o choro da menina, o desespero da mãe (que me parece, precisa realmente de ajuda, não de exposição televisiva), a postura intolerante da psicóloga (as câmaras ali...) enfim, me-do!
não era mais lógico ceder um pouco (relembro que era o primeiro dia de tantas e novas regras) e falar com a criança na manhã seguinte?! E falar com a menina?? alguém viu essa cena?! (eu não!)

nos julgamentos facebookianos já li de tudo. pais e profissionais que adoraram e outros que odiaram. os extremistas que ameaçam com a CPCJ e com o fim da SIC se não acabar com o programa (calma gente, que exagero) e os clássicos que dizem que com uma chapada bem dada fica tudo resolvido! (não!! é verdade que dá vontade, que às vezes até salta uma palmada ou outra, mas não tem benefícios a longo prazo, pelo contrário, só dá cabo da auto estima das nossas crianças!!)



espero que a SIC, canal nº 1 cá em casa, reveja este programa sobretudo as questões ligadas à privacidade das crianças. sim, é verdade que hoje em dia são poucas as que não têm as suas fotografias expostas nas redes sociais, mas uma coisa é expor o sorriso outra, bem diferente, é expor as emoções!!
tenho muitas saudades de programas como o VERDES ANOS, com Laurinda Alves e o Dr. Daniel Sampaio, onde se discutia e elucidava verdadeiramente todos os intervenientes numa dinâmica familiar. (eu era adolescente na altura, mas não perdia um!)
SIC, que tal voltarmos a programas de excelência?? 





janeiro 14, 2018

ora, então vamos à razão nº 1 pela qual este blogue nunca vai ter sucesso....












a propósito do post de ontem, diz-me ele:

-então, escreveste hoje?
- sim.
- e não viste lá nada?
- não... o quê?
- não tinhas um comentário por lá??
- não...
- tens a certeza?


com tanta insistência fui verificar. não vi nada, mas lembrei-me de espreitar a caixa dos comentários, "à espera de moderação"... exclamei:


- ohhh!!
- vês. eu disse-te que tinhas um comentário!
- não, não é isso!! tenho o teu e mais 80 à espera de serem publicados!!!


(a tratar assim quem me lê, vai ser difícil...)





a sério, obrigada pelo feedback ao longo dos variados posts... não foi por mal, é só distracção! prometo estar mais atenta daqui para a frente!!





bom domingo!

Sofia**





janeiro 13, 2018

12.01.2018







ontem contei seis anos desde que aqui escrevi as primeiras palavras. Meia dúzia, mais do que uma mão cheia!
sou sincera quando digo que nunca pensei escrever durante tanto tempo, apesar de nos últimos meses andar pouco assídua, mas o meu principio tem sido o mesmo desde o inicio: escrever quando me apetece, sobre o que me apetece, sendo autêntica e fiel a mim mesma. talvez por isso ande a cozinhar um post com o título "10 razões pelas quais este nunca será um blogue de grande sucesso". e por sucesso refiro-me aquele que é mais perceptível aos olhos dos outros: milhares de seguidores, marcas a atropelarem-se por um post, assuntos repetidos aqui, ali, em todo o lado... não quero parecer, quero ser, acima de tudo.

seis anos e alguns dos que estão desse lado seguem-me desde 2012. sabem que tenho 37 anos, dois rapazes (7 e 4), sou casada há 12 anos, nasci no Porto, cresci no Alentejo e vivo no Algarve. sou psicóloga de formação, ao longo destes anos já trabalhei, já estive sem trabalhar e já voltei a trabalhar novamente, com tudo o que isso implica. já festejei aqui vários aniversários, meus e dos meus, partilhei viagens, receitas, pensamentos, desabafos. já me comprometi a comer melhor e partilhei, a fazer mais exercício, e partilhei. já escrevi sobre as tiradas mais engraçadas dos meus filhos ou as surpresas do meu marido. ao longo destes seis anos, já partilhei o crescimento do Rodrigo, o aparecimento da minha segunda barriga, a relação dos dois irmãos, e o desenvolvimento do Duarte. Sabem que este ano resolvi voltar a calçar uns patins (e não me tenho saído mal), que finalmente comecei o curso de fotografia, há tanto adiado!
em suma, procuro partilhar o lado bom da vida! porque no fundo é do que se trata aqui: partilhar, inspirar, fazer sorrir não querendo assim fazer crer que vivemos numa bolha perfeita, mas não sendo perfeita é nossa, e gostamos de a tratar bem! ;)



Que 2018 vos traga tudo o que se propuserem a conquistar e que este cantinho vos possa fazer sorrir , inspirar ou pelo menos, desanuviar, sempre que aqui passarem!





Kiss, kiss

Sofia**