julho 10, 2017

ontem.






o dia em que acordámos e resolvemos sacudir o cansaço de um dia inteiro fora de casa e fomos para a praia. o dia em que o mar estava azul turquesa, cenário perfeito para uns toques com as raquetes. o record do Rodrigo com o pai foram oito toques seguidos, do Duarte comigo foram... um! mas felizes que estavam por aprenderem a jogar.
o dia em que ainda hesitámos se esquecíamos a despesa que fizemos no dia anterior e almoçávamos pela praia ou se nos armávamos em poupadinhos e comprávamos um frango e comíamos pipocas ou gelados no sofá ao som de um Harry Potter. ganhou a segunda hipótese. :) o dia em que os deixei ainda no sofá e fui fazer uma caminhada perto da Ria. soube tão bem.
o dia em que fomos despejar o lixo, depois de jantar, sem telefones, sem carteira, sem nada e o Rodrigo pediu muito para entrarmos no Alameda Beer Fest, só para ver, e saímos de lá à meia noite. eles brincaram com amigos que encontraram por acaso e, já noite dentro, ouvimos as primeiras músicas do grande José Cid. Abraçados os quatro, a rir e aos beijos, ouvimos boa música portuguesa e viemos para casa muito cansados mas de coração cheio!



Ontem, hoje e amanhã.... são os momentos que contam!







sozinho, não me deixes...

nunca os deixo sozinhos. quero dizer, em casa só para ir despejar o lixo, por exemplo. lembro-me que com pouco mais da idade do Rodrigo, eu já ficava com a minha irmã (mais nova) em casa por alguns períodos. era assim nos anos 80 e 90, não fui caso único. no outro dia falava com uma amiga que também ficava com a irmã nestas idades e com instruções para adiantar o almoço... estamos em 2017 e eu não os deixo.
mas já aconteceu ir buscar o mais pequeno, estacionar em frente à escola e dizer ao Rodrigo para esperar que eu não demoro nada. e não demoro. chego, o Duarte vem a correr, pergunto se esteve bem e venho embora. algumas dessas vezes, o Rodrigo já está à janela, olha para todo o lado um pouco agitado, numa rua que ele conhece de cor, à frente de um portão que ele conhece de cor, com a minha última frase a ecoar: eu não demoro, vou só buscar o mano! e com o acordo dele. mas ele está agitado, e fica aliviado quando me vê, quando nos vê. Ufa, ainda bem que voltaste, mãe!
fico sempre um pouco surpreendida quando o oiço. não foi surpresa para ele, concordou em esperar no carro aqueles escassos minutos. e foi só isso, escassos minutos. 
mas ontem enquanto lia, parênteses, já estou no meu 4º livro este ano!, percebi...








"No domingo, quando já começava a anoitecer, passei por uma criança que estava à espera, sozinha, dentro de um carro. Era rapaz de seis ou sete anos. Estava sentado, muito direito, no banco de trás, e brincava com os dedos. Temo não ser capaz de explicar a opressão que senti no peito. Num instante, fui levado para um passado de há trinta anos atrás. Lembrei-me de ser aquele exacto menino e não saber se os meus pais voltavam. Posso ir também? Não, espera aí. Por favor, posso ir também? Não, espera aí. O tempo passa de maneira diferente para as crianças. Cinco minutos é muito tempo, meia hora nunca mais acaba. Eu olhei para esse rapaz de seis ou sete anos, mas creio que ele não me viu. Melhor assim. Eu não iria querer um estranho a olhar para mim enquanto me doía o medo de ficar sozinho para sempre."





José Luís Peixoto, in Abraço







cinco minutos é muito tempo para uma criança. meia hora é uma eternidade.
sozinho, não te deixo. não vos deixo. 






mãe








julho 06, 2017

o meu último vício na Tv...

numa fase em que as séries andam em banho maria, e em que já só espero que o inverno chegue em pleno verão (diz que é já dia 16... if you know what I mean!!), eis que há umas semanas num zapping acelerado, parámos na SIC Mulher. não em lembro bem o que nos fez ficar a ver, talvez o facto de se passar em Nova Iorque, as "personagens" serem cativantes ou as casas deslumbrantes... alguém sabe do que estou a falar?




Casas de luxo em Nova York, é um reality show que acompanha o dia a dia de três mediadores imobiliários na Big Apple. E como tudo o que se passa naquela cidade, também os negócios imobiliários são em grande! Quem acompanha pode confirmar o que vos conto, vender uma casa não é uma venda, é todo um espectáculo. Eles estudam o público alvo, mobilam a casa se for preciso de acordo com a personalidade que vêem na propriedade, fazem open houses que são festas temáticas de luxo e, se for preciso, contratam realizadores para filmes publicitários de apartamentos avaliados em 23 milhões de dólares... vale tudo para vender!
os valores são surreais! um T1 pode custar vários milhões, há penthouses maravilhosas que nos fazem sonhar, e as comissões destes medidadores, claro, são prémios do euromilhões! tudo nos leva a crer que realmente há muito dinheiro neste mundo. muito mesmo. a América em geral, e Nova Iorque em particular, é mesmo a terra dos sonhos, sem dúvida! (ok, sim, um bocadinho arrependida de há 12 anos não ter ficado por lá a viver e a... enriquecer!!)


como reality show que é, também acompanha a vida pessoal dos mediadores. agora que já vi vários episódios, uma temporada completa, percebo que o que se passa é real. claro que há situações mais puxadas, com algum show off, porque este é um programa de Tv, mas as quezílias entre eles, a competitividade extrema, a excentricidade dos clientes, as fortunas que existem, são mesmo reais. 
a vida destes três homens atraentes, na casa dos trinta, ou melhor quatro, se contarmos com o marido do Fredrik, é cheia de... vida! 
Fredrik é sueco, mas está há muitos anos nos EUA. É o mais velho dos três e com mais experiência no ramo imobiliário. Um pouco excêntrico, emotivo e engraçado, e está na luta por se tornar um ser humano melhor, agora que alcançou o topo da carreira.
Ryan é do Texas e, segundo o próprio, a cidade de NY e a profissão que exerce têm-no obrigado a tornar-se mais duro e competitivo, embora ele esteja atento a estas mudanças e com a ajuda da namorada tente ser melhor. 
E o Luís, porto riquenho que ainda adolescente disse aos pais que ia até à praia e embarcou para NY para lutar pelos seus sonhos. Fez várias coisas, começou nas limpezas, até chegar à melhor empresa do ramo imobiliário. é a personificação do sonho americano. super enérgico, cheio de garra e vontade de viver a vida. considera-se um Happyholic e luta diariamente por ser ainda mais feliz. sou fã dele!
sigo-os no instagram e percebo que são realmente amigos e que as vidas deles são assim, fantásticas! (claro, que como tudo no IG,  têm os seus filtros, mas são inspiradoras).



Não sei se conheciam este programa ou se há algum outro que gostassem de partilhar?


Espero que gostem!


Sofia**












julho 04, 2017

Férias = Crianças e Prevenção

quem tem filhos pequenos sabe que não podemos desviar o olhar um segundo, caso contrário, corremos o risco de os perdermos, ou quando vemos eles já estão no meio da estrada ou sabe Deus onde. 
agora, com a chegada das férias e do verão, em que passamos mais tempo com eles mas também estamos mais descontraídos (e ainda bem), a atenção tem que ser redobrada, porque não há olhos que cheguem para as multidões nos shoppings, as multidões no mar e nas piscinas, as multidões nas ruas, e tantas outras cenas!





nós por cá apostamos na prevenção. falamos com eles, explicamos o porquê de exigirmos os cintos postos no carro, a mão dada a atravessar a rua, os cuidados no mar, o que se pode dizer ou não a um estranho. 
sim, um estranho. no outro dia quando dei conta, o Rodrigo contava onde morávamos, o que fazíamos, o que vamos fazer nas férias, só faltava dar o número da conta bancária a alguém que tinha acabado de conhecer! falei com ele, expliquei-lhe que não deve dizer assim tuuudoo a toda a gente... resultado? passados uns dias, numa esplanada, ele esteve largos minutos a conversar com uma senhora que devia ter para cima dos 80 anos e com um ar muito simpático. quando íamos embora e o fomos chamar, a senhora deu-nos os parabéns, ele estava muito bem ensinado sobre falar com estranhos porque... nem o nome lhe quis dizer!!
por outro lado, quando a minha mãe cá esteve e saiu com o Rodrigo, veio muito admirada por ele não a ter deixado atravessar a rua, mesmo sem virem carros de lado nenhum. "O sinal está vermelho para os peões, avó!" foi a justificação dele!



Então, vou partilhar alguns exemplos do que fazemos por cá, em termos de prevenção:



- Estou Aqui : já é o 3º ano que aderimos às pulseiras da PSP. é simples, basta um registo no site e ir buscar à esquadra mais próxima. as pulseiras têm um código e quando a criança é encontrada e se liga para o 112, basta dar o código e assim acedem aos contactos dos pais. Os meus rapazes já andam a exibi-las!


- Estranhos: explicamos que não se deve dizer tudo a toda a gente, pormenores da nossa vida a qualquer pessoa que meta conversa connosco. obviamente, eles ainda estão a medir o bom senso nestas coisas, mas com o tempo, vamos lá!


- Mar e piscina: 
. Só entramos no mar se estiver bandeira verde, caso contrário, ficamos só a contemplá-lo. 
. Mesmo com a bandeira verde, só podem ir a banhos com um adulto. 
. O Duarte (4) ainda usa braçadeiras, e quando as estou a colocar, vou perguntando se ele acha que estão bem colocadas - bem cheias, com os pipos fechados e colocados para dentro! (isto para, se estiverem com outras pessoas, que possam não ligar a estes pormenores importantes, ele alertar, como já aconteceu). 
. se estiverem muitos meninos na água e algum estiver aflito, chamar logo um adulto e não ir ajudar. (esta é mais para o Rodrigo que acha que já é muito crescido e que nada muito bem... só que não!)
. Nas piscinas os cuidados são mais ou menos os mesmos, só não há bandeira, mas obviamente também não podem entrar ou brincar por perto sem a presença de um adulto. 


- Carro: nas viagens longas e mesmo nas mais curtas, seja com quem for, não andam sem ser nas cadeiras e com os cintos postos. Houve uma altura em que o Duarte estava com a mania de tirar o cinto ou passar um dos braços por baixo, o que retirava a eficácia ao cinto. Parávamos assim que podíamos, colocávamos o cinto bem e explicávamos todos os perigos de viajar sem cinto. Felizmente, o manos ajudava porque sempre foi mais certinho em seguir estas regras. Foi uma fase, já passou.


- Rua/Estrada: na rua devem andar sempre perto de nós e avisar quando querem ir ver alguma coisa. claro que nem sempre acontece. as crianças têm o radar da curiosidade ligado ao botão do imediato e, também por isso, temos que ter mil olhos. para atravessar a estrada, só com o verde para peões... ás vezes à noite, sem carros, as ruas desertas, e nós à espera do verde... acontece!


Lendo agora tudo isto, pode parecer que somos uns freaks da segurança que não os deixamos fazer nada. Pelo contrário. Adoro que eles explorem tudo à sua volta, arranhões e nódoas negras não fazem mal a ninguém, mas acho que há questões de segurança e prevenção que lhes devem ser mesmo passadas, é a nossa obrigação enquanto pais.
ensinar-lhes o porquê de determinadas exigências que fazemos, para que percebam que não é por sermos chatos, e que não é para seguirem só quando estão connosco. é para a sua segurança e em qualquer altura, estejam com quem estiverem (avós, tios, colónias de férias, ATL's...)! é esta a questão!




Espero que tenham gostado e adoraria saber quais os vossos métodos em segurança e prevenção.





Boas férias!!!

Sofia**




junho 26, 2017

24 semanas





estou mesmo feliz porque há 24 semanas atrás tomei uma decisão.
estou mesmo feliz porque há 24 semanas atrás coloquei um plano em prática.
estou mesmo feliz porque ao longo de 24 semanas não perdi o foco.
estou mesmo feliz porque não me propus a correr uma maratona.
estou mesmo feliz porque comecei com pequenos passos e, aos poucos, alterei a minha rotina.
estou mesmo feliz porque ao longo de 24 semanas não deixei de aproveitar a vida, pelo contrário, vivo melhor.
estou mesmo feliz porque os resultados já são visíveis (longe da "minha perfeição") e, consequentemente, sinto-me melhor comigo.
estou mesmo feliz porque em vez de lamentar o tempo em que me esqueci e em que me acomodei, celebro estas 24 semanas de regresso a uma das coisas que mais gosto de fazer: cuidar de mim!

estou mesmo feliz porque tudo isto foi conseguido por mim, mas também pode ser por ti, basta começares!





Força!

Sofia**







Também podem gostar de ler este post.